Após visitar quatro comunidades rurais do Alto Solimões, na terça-feira (15), o deputado estadual Comandante Dan (Podemos) afirmou que a população daquela região sofre principalmente pela ausência de acesso à água potável. Ele esteve nas comunidades de Prosperidade (Benjamim Constant), Nova Vila Bananal (Tabatinga), Bananal (Tabatinga) e Santa Rita do Well (São Paulo de Olivença), antes de desembarcar em São Paulo de Olivença, a 988 km de Manaus.
“Havíamos estado anteontem na comunidade São João, na zona rural de Atalaia, onde o sistema de armazenamento de água possui um dispositivo queimado há mais de um ano e o poço cavado por iniciativa da UFAM também está desativado. Aquilo nos parecia um absurdo total, especialmente depois de dois anos consecutivos de seca recorde. Mas o problema se confirmou nas quatro comunidades rurais que visitamos depois. Em todas elas, o acesso à água potável é precário e não é de agora. E nós estamos na Amazônia, a maior reserva de água doce do planeta. Um absurdo e uma tragédia para nossos cidadãos ribeirinhos”, declarou o parlamentar.
Durante a vazante atípica do rio Solimões em 2023/2024, diversas comunidades rurais do Alto Solimões ficaram isoladas devido à baixa do nível do rio, dificultando o acesso a serviços básicos e o transporte de mantimentos. Cidades como Benjamin Constant e Atalaia do Norte, embora conectadas por terra, tiveram seu acesso fluvial comprometido, afetando o recebimento de suprimentos essenciais. A seca, classificada como “excepcional” pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), impactou a agricultura e a pesca, além de encarecer o transporte fluvial.
As previsões para a próxima vazante (seca) do Rio Amazonas em 2025 e 2026 ainda não são definitivas, mas indicam um cenário de atenção. Embora a seca de 2025 não deva ser tão extrema quanto as de 2023 e 2024, estudos apontam que pode haver impactos significativos, especialmente na região sul da Amazônia. O acesso à água potável nas comunidades rurais do alto rio Solimões é um desafio, com muitas famílias dependendo de fontes não tratadas, como rios e igarapés, sujeitas à contaminação, e ao desaparecimento durante a vazante. Embora existam sistemas de abastecimento como o uso de painéis solares para captar e tratar a água, a falta de manutenção, a distância entre as comunidades e a dispersão populacional dificultam o acesso universal.
O deputado Comandante Dan, que está realizando uma comitiva ao longo de todo o Solimões, desde Tabatinga, a Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, afirmou que busca o fortalecimento da escuta ativa, a presença institucional e o apoio às demandas de base, especialmente junto às lideranças daquela calha de Rio, a mais populosa do Amazonas e com uma presença expressiva de comunidades indígenas, a exemplo de Nova Vila Bananal e Bananal, visitadas pelo parlamentar.
“Em todas elas, as demandas dos cidadãos são muito semelhantes. A prioridade de todos está relacionada ao acesso à água potável, algumas sequer contam com poço artesiano. Na sequência, temos uma alternância entre saúde e educação. E observamos que muitos dos casos de saúde se relacionam à ausência do acesso à água tratada e ao saneamento básico. Mas o que mais me surpreendeu, além da escassez de água potável, foi a demanda por segurança, surgida em muitos momentos de nossos diálogos. Aquela região é altamente impactada pelo narcotráfico e pelos narconegócios”, disse ele.
Nas localidades, o deputado reafirmou o compromisso com as comunidades, acolheu as demandas prioritárias e garantiu encaminhamentos junto aos órgãos competentes, com foco em infraestrutura, saúde, segurança pública, educação e cidadania. Na sequência, ele desembarcou em São Paulo de Olivença, onde realizou um seminário de cidadania com a população e as diferentes lideranças locais.