Após percorrer os municípios de Tabatinga, Benjamim Constant e Atalaia do Norte, o deputado estadual Comandante Dan (Podemos) chegou na segunda-feira (14) à comunidade São João, no Rio Javari, na zona rural de Atalaia. Ao longo de todo o percurso, ele se reuniu com produtores rurais e pescadores, lideranças comunitárias e com os representantes das forças de segurança de cada localidade. O parlamentar considera que há descaso no trato daquela região do Amazonas.
“Estivemos na comunidade São João, com o compromisso de ouvir de perto as necessidades e fortalecer os laços com quem vive nas regiões mais distantes do nosso Amazonas. Em pleno início da vazante do Solimões, que se iniciou muito antes que a do Rio Negro, pasmem, o sistema de armazenamento de água possui um dispositivo queimado há mais de um ano que, até hoje, não foi consertado. Para piorar a situação de acesso à água potável, um poço cavado por iniciativa da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) apresentou problemas e também está desativado. Tudo isso em plena vazante, depois de vivermos dois anos consecutivos de seca recorde, que deixou isoladas muitas comunidades rurais e até municípios. Se isso não é descaso, eu não sei como nomear”, afirmou o deputado.
A seca severa na região do Alto Solimões, agravada por eventos climáticos extremos e mudanças climáticas, tem causado baixa recorde nos níveis do rio, dificultando o transporte fluvial, essencial para o abastecimento de cidades e comunidades. Isso leva ao aumento dos preços de alimentos e passagens, além de prejudicar a pesca e o acesso à água potável. Algumas comunidades ficam isoladas, enfrentando dificuldades para receber alimentos, medicamentos e outros suprimentos.
Há ainda naquela região incidência de desmatamento, muitas vezes ligado à extração ilegal de madeira e à expansão da agricultura, que causa impactos negativos nos recursos hídricos e na biodiversidade da região. A perda da floresta contribui para o desequilíbrio ambiental e afeta a disponibilidade de alimentos e água. Segundo o Comandante Dan, os crimes ambientais no Alto Solimões estão estreitamente ligados às facções criminosas, que investem no que ele chamou de narcogarimpo e narconegócio.
“Estamos numa missão de 21 dias navegando na calha do Solimões, até Iranduba, onde desembarcamos dia 3 de agosto. Em Manaus, a equipe do nosso gabinete parlamentar está sendo alimentada pelas demandas da população e realizando as comunicações e articulações necessárias, em busca de atender às demandas da nossa gente”, finalizou o parlamentar, que chegou nesta terça-feira (15), a São Paulo de Olivença, a 988 km em linha reta de Manaus e a 1.235 km, por via fluvial.