O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quarta-feira (18/6), para denunciar o estado de abandono das escolas estaduais no Amazonas. Segundo ele, denúncias recebidas por meio de suas redes sociais escancaram problemas tanto na capital quanto no interior, como infiltrações, merenda de baixa qualidade, equipamentos quebrados e ausência de estrutura básica para professores e alunos.
Precariedade
A situação mais crítica foi identificada na Escola Estadual Desembargador João Rebelo Corrêa, em São Paulo de Olivença, onde as salas sofrem com goteiras, falta de climatização e ausência de itens básicos como impressoras, fardamento e quadra poliesportiva.
Em Manaus, o Colégio Amazonense Dom Pedro II enfrenta problemas estruturais graves, com necessidade urgente de restauração, além de falhas na merenda e na rede elétrica. Já na Escola Estadual Professora Adelaide Tavares de Macedo, no bairro Alvorada, o prédio sofre com infiltrações e alagamentos constantes. As três unidades exigem uma resposta urgente da Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc-AM).
Durante o pronunciamento, Wilker Barreto relatou que tem recebido, por meio de suas redes sociais, uma série de denúncias vindas de diversas regiões do estado, expondo o abandono das unidades escolares. Ele criticou a situação das escolas, muitas com infiltrações, estruturas precárias e problemas com a merenda escolar, apesar dos altos valores investidos pelo Governo do Estado em contratos de manutenção e alimentação. Para o parlamentar, o cenário atual compromete o futuro da juventude amazonense e revela o fracasso da gestão educacional.
“Eu estou recebendo nas minhas redes sociais denúncias do interior, denúncias de São Paulo de Olivença, de Manaus. Denúncias da precariedade em que se encontram as unidades, muitas delas chovendo mais dentro do que fora. E o que mais me indigna: contratos milionários de manutenção predial, de ar-condicionado. A merenda custa milhões, não pagam os fornecedores. 25% do ICMS é obrigatório para a educação. É desta forma que a educação do Amazonas sairá desse fundo do poço, do pódio da vergonha? A educação é a única porta para muitos jovens terem oportunidade de vida”, afirmou.
O parlamentar ainda criticou a disparidade entre o alto investimento declarado pela Seduc e os problemas enfrentados na ponta, afirmando que a má gestão e a falta de transparência prejudicam diretamente a qualidade do ensino.
“É grave a situação das escolas: merenda ruim, professores mal remunerados, planos de saúde suspensos que só voltam depois de pressões, infraestrutura ruim… E para onde estão indo os bilhões? Porque, na última reunião do quadrimestre das finanças, a educação está acima do limite mínimo da obrigatoriedade. Aqui no Amazonas, quanto mais se gasta, pior fica. Isso, para mim, é má gestão com corrupção. Esse é o 1+1 do governo”, alertou.
Cobranças
Wilker também cobrou maior transparência da Seduc e denunciou o desrespeito à Aleam, que não tem seus requerimentos respondidos pela pasta. Segundo ele, as informações hoje só chegam por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
“Eu quero que a Seduc possa informar os deputados sobre seu cronograma, que a Comissão de Educação da Assembleia seja respeitada. Os expedientes não são respondidos. Hoje, eu só faço requerimentos para que fiquem registrados nos anais; o que eu utilizo mesmo é a Lei de Acesso à Informação, porque hoje não respeitam mais os requerimentos desta Casa”, finalizou.